Que a análise de solo é um grande aliado no manejo da lavoura, todos sabemos!
É através da interpretação da análise de solo, e das exigências nutricionais da cultura utilizada na lavoura que a recomendação para adubação adequada.
No entanto, no caso do fósforo (P) a situação nem sempre é simples.
Desde o século XIX, cientistas e agricultores perceberam que avaliar o teor total de P no solo não era um bom indicador da disponibilidade desse elemento para as plantas.
Isso porque o P apresenta uma dinâmica no solo bastante complexa, o que fez com que buscassem diversas metodologias para quantificar a disponibilidade desse elemento para as plantas.
Porém, refletindo essa complexa dinâmica, os métodos de determinação de P utilizados pelos laboratórios nem sempre são os mesmos, o que pode causar confusão no momento da interpretação dos resultados.
E daí surge outra questão, qual a diferença entre os extratores utilizados para determinação de teor de fósforo no solo??
Como isso pode afetar minha recomendação??
Essas e outras dúvidas você pode tirar a seguir.
DINÂMICA DO FÓSFORO NO SOLO
Como mencionamos acima, a dinâmica do P no solo é bastante complexa.
Então, antes de descrevemos os métodos de determinação de P mais utilizados no Brasil, vamos explicar um pouco sobre a dinâmica do P no solo para que você possa entender como cada método funciona.
Graças as suas características físico-químicas e sua interação com o solo, dizemos que o P fica compartimentalizado em diferentes frações do solo, conhecidas como: P-solução, P-lábil e P-não lábil
O P-solução engloba a fração de P que está dissolvida na solução do solo e, portanto, disponível para as plantas e microrganismos.
Essa é a fração de P pode ser prontamente absorvida pelas plantas, além de estar disponível para sofrer processos de imobilização/mineralização pela matéria orgânica do solo.
O P-lábil consiste em uma fração de P que está adsorvida aos argilominerais do solo, mas na forma de compostos menos estáveis.
Assim, esta é a fração de P que não está prontamente disponível para absorção, mas que mantém uma relação de equilíbrio com a solução, disponibilizando P à medida que ele é absorvido pelas plantas.
Os processos que mantém o equilíbrio entre as frações de P-solução e P-lábil são chamados de adsorção e dessorção.
Já o P-não lábil corresponde a fração de P que está fixada às partículas do solo, formando compostos estáveis.
Esta é portanto a fração de P indisponível pelas plantas. Por se tratar também da maior fração de P no solo, esta fração é responsável pelo P ser considerado um nutriente de baixa mobilidade no solo.
O a dinâmica do P no solo pode ser observada na figura abaixo: